segunda-feira, junho 4

Ante a escuridão da maçã


Entre os dedos escorrem músculos e máculas recentes
morro tanto um pouco em um dia quando a saudade aperta o nó na garganta.
É tão quase incomun desafiar o mito de existir.
Reuno as líricas todas em uma fruteira e as devoro,
ávida de sabor
eu as quero trituradas aqui dentro.
Estou vestida com roupas de altar e ventre
a água tem cheiro de igarapé.

Esta fome é fonte de incessantes alvíssaras minhas e depois tuas.
Eu é que semeio, cuido, planto e colho na estação certa
distribuo ao vento,
canto aos pássaros
quase nada é lamento
assim renasço tanto um pouco
em um dia.

Elisa Carvalho
(Curitiba/2007)

Um comentário:

Duda Bandit disse...

minha fênix expressa... continue assim.