terça-feira, setembro 25
segunda-feira, setembro 24
Espetáculo Que História é essa?!
Carvalhos e Elisas
Com quantos paus se faz uma canoa?
Perguntinha estranha né?
E bem difcil de se responder, se pensarmos bem.
No entanto, mais complicada ainda é a seguinte:Com quantos carvalhos se faz uma Elisa?
Ihhh, isso vai dar pano pra manga.
Provavelmente não exista mais a quantidade necessaria, porque a Elisa é unicamente inesquecível para quem entra em seu universo.
Ela é bela, dona de desejos repentinos e que nos puxam pra viver sempre ao seu lado.
Elisa e saudade são palavras que caminham juntas.
Encantadora, boa de papo e de boemia.
Trocadilhos a parte, essa é a escritora que escreve em nossos corações, a compositora que nos faz amar ainda mais a poesia de sua música e a poeta que encanta nossas mentes.
Nos leva a viver numa vida onde canoas e paus não existem, apenas Carvalhos e Elisas.
Felippe Terra e equipe
Pelo prazer em trabalhar com você.
segunda-feira, setembro 17
Confissões da quarta 3loucada...rs
Raras as vezes que enfrentei filas de camarim.
Não conheci Jerry Lewis, Jim Carrey e o Carequinha.
Nem precisa.
Sabe a fórmula certa para saber brilhar?
É ter bom humor para saber chegar à constelação.
De dramas já bastam os da vida real.
Ser artista é normal
não ser esquecido
é natural
quando se sabe que o riso
é a coisa mais séria que pode se fazer
para provocar saúde!
Espero estar sempre junto de vocês
mesmo que seja dentro
de um sincero aplauso!
EC
Quem viver...lembrará
Há semanas que fujo do vício das mini comidinhas da franquia árabe, em protesto contra a guerra no Oriente Médio (melhor esta desculpa do que aquela velha história da outra guerra, digo, a da que travo com a balança).
Mas ontem não foi bem assim. Ciceroneando uma amiga paulista pela cidade, não deu outra. Fugindo do calor, nos refugiamos no shopping e quando pensava que não estava eu lá sentada de frente com o cardápio provocante, cheio de teorias silenciosas e conspiradoras contra minhas promessas de meia-noite-de-fim-de-ano.
Ouvi de minha acompanhante que o seu analista havia dito que comportamentos deprimentes relacionados à comida eram sinal de anorexia chegando.
Rimos muito quando medimos a distância entre esse distúrbio patológico e nossa massa corpórea. Levaríamos uns dez anos pra chegar a esse sintoma. - Você lembra do Mandiopã? - Ela me perguntou.Imediatamente veio a cena em minha mente: Eu vidrada na propaganda da televisão, vendo eles encherem a panela e minha alegria de saber que morava a dez passos do supermercado. A família toda se reunia para saborear, num ritual quase típico dos bolinhos de chuva.
E o pirulito Zorro? Eu achava que era mesmo do herói lindo-mascarado, mas nunca o via nos filmes, provando um.
As balas de leite Kids. Eram Sá, Rodrix e Guarabira (que honra!) cantando pro baleiro rodar.“Pegue a bala mais gostosa do planeta, não deixe que a sorte se intrometa”.Eu ia até à padaria comprar um monte delas e olhava para o lado, atenta, com medo da “sorte” chegar e se intrometer na minha deliciosa aquisição. Chegava com elas nas mãos, misturadas com as Paulistinhas, aquelas compridas e coloridas.
Assistia ao desenho do Barbapapa. Lembra da família?Detestava domingos. Tudo estava fechado e o que reinava na telinha era o tal do Sílvio Santos. O cara ganhou muito dinheiro com a minha solidão. No quadro do “Boa Noite Cinderela”, eu achava que todas as meninas de minha idade teriam o mesmo destino. Escrevia e mandava muitas cartas, só que nunca era chamada. Minha avó consolava-me e dizia que o “baú” dele estava cheio delas, por isso demorava a chamar. Mas eu ia crescer. E se quando ele me chamasse eu já estivesse grande demais? Será que iria conseguir realizar meus sonhos mesmo assim?Muita coisa pra recordar. Só desejo mais uns tantos anos vividos para que eu continue lembrando, lá no futuro, das calorias extras que eu relutei em conviver no presente, pelas cenas da infância bem nutrida de ilusões, guloseimas e alegrias infantis do passado que não prejudicavam o colesterol.Depois da nossa sessão nostalgia regada a lágrimas sorridentes e vários chopps sem colarinho, tudo acabou em uma suculenta pizza sem culpas encrenqueiras. Mas e os sonhos?Os sonhos continuam os mesmos. Muitos deles se transformam em lembranças. Quem viver... lembrará.
Elisa Carvalho
2005
quinta-feira, setembro 6
domingo, setembro 2
Medos
O cara não tinha pedigree
Tomava cachaça depois do trabalho.
O trabalho não era tão ruim assim
mas o cara, depois da quinta dose,
deixava os respingos na barba
provando que era macho
o suficiente para esbravejar contra
o salário e o aumento
que nunca vinha.
Depois ia pra casa
comia feito porco,
arrotava em frente a televisão.
Abria uma cerveja
entupia-se de tédio e suor.
Não tomava banho antes de acordar na manhã seguinte.
Ela chegava em casa e o encontrava.
Havia espalhado para as amigas
que estava morando com um cara.
Quarto casamento. Não sabia viver sozinha. Mas não admitia.
Queria continuação da mesma anti-novidade.
Tinha que ter o lado B, tocando no play.
Senão ia servir de assunto pros outros
queria chamar as amigas de invejosas
porque elas não conseguiam um namorado,
um companheiro, um marido ou, na pior das hipóteses
um macho.
Ela
queria alguém
só não queria
saber quem.
Elisa Carvalho
terça-feira, agosto 28
aconta
sexta-feira, agosto 24
Noel Rosa e meu grande ator e amigo Bianco Marques
A vida e a obra de um dos mais importantes nomes da música popular brasileira,
o grande compositor Noel Rosa, estão presentes no musical:
"O Poeta da Vila e seus amores"
de Plínio Marcos
Teatro Procópio Ferreira,
Tatuí/SP
1 e 2 de setembro de 2007,
às 20h30
ingressos: 1 kg de alimento não perecível(exceto sal)
recomendação:12 anos
quinta-feira, agosto 23
Eu de rosa e Punk de azul
Como um pêndulo
Cada dia vem do minuto um instante,
um sopro que pode ser eterno
enquanto durar
em nossos pensamentos
vem e vão como um pêndulo
num relógio
como o som de um sino
Quantos bons momentos
vou sair pra rua de novo
vou rir, vou chorar
que seja cada lágrima caída
um gole de cerveja
Uma frase dadaista
ou um ensaio escapista
que mora na filsofia?
Algo de bom passeia
entre o sim e o não
nas veias rotas deste camaleão.
algo interessante brota
não sei qual a origem...
de algum lugar aqui...
onde exatamente?
na boca? do estômago?
e brota
e nasce na pele
algo quase glandular
se transformando
se formando
carregando um DNA de minha alma
materialializado em gota
em meio a pele tua
molhada de suor .
Esses versos se colidiram na comunidade do Paulo Leminski no oitavo dia, e eu vi que era bom e disse: Haja blogspot para eles.
Os poemas em azul são autoria do Punk.
Os de rosa são da própria.
Elisa Carvalho
NaLapa
terça-feira, agosto 21
DaFala
segunda-feira, agosto 20
Rebeldia
Quando te vi, briguei com Deus
Por que logo agora, ele te fez meu?
Rasguei o papel, escondi as canetas,
Fiquei orfã de palavras,
Só tinha aversão e defeitos
Pra tanta perfeição mal resolvida.
Fiquei de mal com a lua,
Despedi o sol.
Anarquisei o divã.
Só agora?
Minha alma sabe o perigo,
O castigo que é tê-lo como amigo,
E que não, nunca,
Jamais brigará comigo.
Jamais dirá: estou contigo.
Não ouvirei: pra jantar te levarei.
Nem rimas, nem carne e alegria,
Somente dúvidas e elegia.
Mas por que?
Não ser tua alma gêmea num feroz ataque de fêmea?
Não ficar nua e dizer que sou tua?
Só pode ser um auto de infração este desejo natimorto.
Como é que vai ficar agora esta paisagem em meu porto?
E a cama molhada de mel
Sem a gente?
E a janta ainda está pra ser feita,
O café, o leite, o pão de cada dia
No fantástico exercício da rotina.
Sonho acordada de ti,
Desaguando em meus afluentes,
Me passando pano e papilos quentes.
E eu, morna que sou,
Faço sinais de paz com Deus de novo.
Acho que agora quem sabe,
Ele fica ao meu lado e eu ao teu,
Quando pelo menos
Fritarei um ovo.
E entre mexidas, frituras e sais,
Na risada descontente eu perguntarei:
Por que não mais?
Elisa Carvalho
Por que logo agora, ele te fez meu?
Rasguei o papel, escondi as canetas,
Fiquei orfã de palavras,
Só tinha aversão e defeitos
Pra tanta perfeição mal resolvida.
Fiquei de mal com a lua,
Despedi o sol.
Anarquisei o divã.
Só agora?
Minha alma sabe o perigo,
O castigo que é tê-lo como amigo,
E que não, nunca,
Jamais brigará comigo.
Jamais dirá: estou contigo.
Não ouvirei: pra jantar te levarei.
Nem rimas, nem carne e alegria,
Somente dúvidas e elegia.
Mas por que?
Não ser tua alma gêmea num feroz ataque de fêmea?
Não ficar nua e dizer que sou tua?
Só pode ser um auto de infração este desejo natimorto.
Como é que vai ficar agora esta paisagem em meu porto?
E a cama molhada de mel
Sem a gente?
E a janta ainda está pra ser feita,
O café, o leite, o pão de cada dia
No fantástico exercício da rotina.
Sonho acordada de ti,
Desaguando em meus afluentes,
Me passando pano e papilos quentes.
E eu, morna que sou,
Faço sinais de paz com Deus de novo.
Acho que agora quem sabe,
Ele fica ao meu lado e eu ao teu,
Quando pelo menos
Fritarei um ovo.
E entre mexidas, frituras e sais,
Na risada descontente eu perguntarei:
Por que não mais?
Elisa Carvalho
A metafísica do objeto direto
Acendeu a luz no meio da noite e brincou de possuir.
Inquieta e múltipla, não pediu licença nem reservou mesa.
Não perguntou se a rima estava acesa,
se o perigo estava rondando a casa,
ela não tem vigia, níveis de segurança, alarme.
Não avisa.
Entra sorrateiramente no território do senso estético do querer,
que o radar não identifica suas forças amadas,
armadas até os dentes.
Sua tenda se enche de vapores
Numa tentativa lúdica de exorcizar
o possível futuro abalo sísmico de seus anseios,
suas entregas, seus pudores sem regras.
Mas teima assim mesmo.
E a outra, para desvencilhar-se da cerimônia intimista
da escalação do elenco principal
que vai atuar em mais um capítulo desta história, reluta.
Mas a pulsação insiste.
Tem seu objetivo, sua vocação predestinada
que não dá crédito as suas fugas.
Fica de sentinela.
Simula uma demissão, se candidata ao exílio voluntário, faz pirraça...
Mas é tudo em vão.
Vencida,
dilui-se no azul oceânico, e o continente de terra firme
vai ficando cada vez mais longe até se perder de vista.
Mergulha fundo,
com a habilidade e astúcia de escafandrista,
ela já está na órbita de outro mundo;
Pousa, coloniza, fixa bandeira,
passeia por seus dias,
classifica as fronteiras,
derruba os mitos,
explora o solo,
fertiliza.
De alma lavada, clareia os horizontes.
Sua coragem agora é criada na fonte.
Agora é forte.
Escreve por fim,a letra sensível que toma forma
na forma de um verso torto.
Feito em uma viagem de retorno possível,
ela sabe.
Que não,
nunca será perecível.
Elisa Carvalho
Tour à distância
Lembra?
Ontem estive em você.
Encontrei as portas abertas, mas a casa estava vazia.
A cama arrumada, com a impressão de que a qualquer momento poderias regressar.
Estive nas saudades impiedosas de um tempo,
em que você morava na minha poesia.
Cobertura exclusiva.
Área nobre.
Bela vista.
De frente pro mar da tranquilidade
que contornava o azul dos versos que lhe escrevia.
Passeei pelas galerias,onde tocava sua mão na minha
conduzindo meus etéreos devaneios,delírios, canções.
Eu podia.Estava em paz com minhas emoções.
Hoje, guardei as esperanças no porão.
Amanheci com a efêmera sensação de que,talvez elas fujam um dia
e voltem para seu antigo dono
fiéis como os melhores amigos irracionais.
O altar continua provisoriamente trancado,
com placa de aviso:
Desculpe o transtorno, os desejos estão em obras.
Ainda teimo em esperar nossa próxima viagem.
Por isso, deixei sua vaga reservada na garagem.
Leblon/2007
Elisa Carvalho
Para Dan...
sexta-feira, agosto 17
Névoas
Nas horas tardias que a noite desmaia
Que rolam na praia mil vagas azuis,
E a lua cercada de pálida chama
Nos mares derrama seu pranto de luz,
Eu vi entre os flocos de névoas imensas,
Que em grutas extensas se elevam no ar,
Um corpo de fada — sereno, dormindo,
Tranqüila sorrindo num brando sonhar.
Na forma de neve — puríssima e nua —
Um raio da lua de manso batia,
E assim reclinada no túrbido leito
Seu pálido peito de amores tremia.
Oh! filha das névoas! das veigas viçosas,
Das verdes, cheirosas roseiras do céu,
Acaso rolaste tão bela dormindo,
E dormes, sorrindo, das nuvens no véu?
O orvalho das noites congela-te a fronte,
as orlas do monte se escondem nas brumas,
E queda repousas num mar de neblina,
Qual pérola fina no leito de espumas!
Nas nuas espáduas, dos astros dormentes
— Tão frio — não sentes o pranto filtrar?
E as asas, de prata do gênio das noites
Em tíbios açoites a trança agitar?
Ai! vem, que nas nuvens te mata o desejo
De um férvido beijo gozares em vão!...
Os astros sem alma se cansam de olhar-te,
Nem podem amar-te, nem dizem paixão!
E as auras passavam — e as névoas tremiam —
E os gênios corriam — no espaço a cantar,
Mas ela dormia tão pura e divina
Qual pálida ondina nas águas do mar!
Imagem formosa das nuvens da Ilíria,
— Brilhante Valquíria — das brumas do Norte,
Não ouves ao menos do bardo os clamores,
Envolto em vapores — mais fria que a morte!
Oh! vem; vem, minh'alma! teu rosto gelado,
Teu seio molhado de orvalho brilhante,
Eu quero aquecê-los no peito incendido,
— Contar-te ao ouvido paixão delirante!...
Assim eu clamava tristonho e pendido,
Ouvindo o gemido da onda na praia,
Na hora em que fogem as névoas sombrias –
Nas horas tardias que a noite desmaia.
E as brisas da aurora ligeiras corriam.
No leito batiam da fada divina...
Sumiram-se as brumas do vento à bafagem,
E a pálida imagem desfez-se em — neblina!
Fagundes Varela
Ps: Que viagem este poema.
Cento e sessenta e seis
Hoje, se fôssemos amigos
com tanta internet, orkut, my space, mails, emiésseênes, cartas, EBTCs,
de alguma forma estaríamos bem perto, sabia?
Ou em alguma hora tardia
em que a noite desmaia
estaríamos compondo
e tomando vinho em alguma praia.
Falaríamos dos amores,
essas dores que insistem em morar no peito,
e entre a brisa cintilando a névoa
eu seria um predicado e você o meu determinado sujeito.
Obrigado,
tenho em mim um pouco do seu legado.
Elisa Carvalho
17/08/2007
166 anos sem Fagundes Varela
quinta-feira, agosto 16
Alls 40
Por que a gente cresceu?
Por que não gosto de funk?
Por que meu pai odiava rock?
Por que usar reniu?
Por que é necessário ter atestado obrigatório de bem resolvida?
Por que não mandamos as medidas exatas para a putakilparil?
Pra que ter que fingir na hora de gozar a vida?
Por que pensar fomos ontem?
Por que não gosto de funk?
Por que meu pai odiava rock?
Por que usar reniu?
Por que é necessário ter atestado obrigatório de bem resolvida?
Por que não mandamos as medidas exatas para a putakilparil?
Pra que ter que fingir na hora de gozar a vida?
Por que pensar fomos ontem?
Por que nos chamam de loba?
Por que ainda deixamos alguém nos fazer de boba?
Por que carregar todas malas com essa imensa bagagem numa viagem qualquer?
Por que ter que olhar pra trás?
Por que pensar que seremos saudade?
Pra que ficar pensando na posteridade?
Por que encurtamos o nome?
Por que não perpetuamos o codinome?
Por que temos que ter diploma?
Por que é que temos medo de carcinoma?
Por que ficamos amarelos na pose do álbum?
Por que já fomos debutantes?
Por que carregar todas malas com essa imensa bagagem numa viagem qualquer?
Por que ter que olhar pra trás?
Por que pensar que seremos saudade?
Pra que ficar pensando na posteridade?
Por que encurtamos o nome?
Por que não perpetuamos o codinome?
Por que temos que ter diploma?
Por que é que temos medo de carcinoma?
Por que ficamos amarelos na pose do álbum?
Por que já fomos debutantes?
Por que que as jovens tardes se transformaram em domingos entediantes?
Por que que antes éramos bonitas?
Por que que hoje somos apenas eruditas?
Por onde andam nossos diários?
Quem foi que matou a Elis?
Por que pensar que a vida está sempre por triz?
Por que ir ao cinema é ter que comer pipoca?
Por que véu e grinalda mata um desejo de outro beijo?
Por que a goiabada não é nada sem o queijo?
Por que não posso dançar a ciranda?
Por que não posso arregalar os olhos na quitanda?
Por que tenho que saber inglês?
Por que eu tenho que dizer “eu te amo” em português?
Soul easy...
Quem foi que matou a Elis?
Por que pensar que a vida está sempre por triz?
Por que ir ao cinema é ter que comer pipoca?
Por que véu e grinalda mata um desejo de outro beijo?
Por que a goiabada não é nada sem o queijo?
Por que não posso dançar a ciranda?
Por que não posso arregalar os olhos na quitanda?
Por que tenho que saber inglês?
Por que eu tenho que dizer “eu te amo” em português?
Soul easy...
Elisa Carvalho
quarta-feira, agosto 15
Do além
GuloTeimas
i éres
domingo, agosto 12
O poema do Lau Siqueira
sábado, agosto 11
Ver-te Veritas
Ontem,
Bebemos, o que tinha pra se embriagar
Fumamos, as ervas do mato com gosto de framboesa
Trepamos, e a fruta era a mais doce da goiabeira
Aprontamos, rastreamos o tempo de se marcar.
Hoje,
algumas horas a fios de cabelos brancos,
sossegamos.
E eu ainda o quero senhor,
que é meu pastor e nada me faltará.
Elisa Carvalho
quinta-feira, agosto 9
Efêmeros Ícaros
Assino meu primeiro nome.
Ele sorri e agradece.
Infla meus egos, feito balões coloridos em dia de aniversário de criança.
Guardo tudo dentro da página em branco.
Depois acende uma luzinha lá de cima
e eu inauguro outros versos
pra fugir dos miseráveis reversos.
O tempo urge.
Boto pilha na inspiração
dedico minhas fiéis semânticas
ao muso de minhas neuras românticas.
Deixo escapar a linha fina que desafia o ar
e os balões sobem pras alturas
em rotas de semi-adeus.
Meu olhar segue a trajetória ícara.
Depois abaixo a cabeça,
vou pra fila do banco pagar as contas
volto pra casa
e lavo as louças,
limpo os móveis,
vitamina c e cama.
Como qualquer mortal
que sempre sonhou.
Elisa Carvalho
Afluente do Nilo
terça-feira, agosto 7
Para Chris, nunca esquecer.
Alguma coisa aconteceu
No meu coração,
E nem precisei cruzar a Ipiranga com a avenida São João,
Ela mora na terra da garoa,
E é tão gente boa como
Os milhares seres humanos que povoam o planeta,
Mas é paulista e tem um diferencial, que não é a toa.
E eu, tão amante das palavras que me habitam
Na fragilidade gravitacional dos encontros,
Deixei que primeiro fossem elas,
As mesmas palavras, em forma de frases bem feitas,
Ritmadas narrativas de experiências
Transmudaram o sentido de um leve conhecimento,
E me trouxe você,
Através de um processo banal
Eu era fake
Você era tão real que eu lhe trouxe ao meu mundo,
E agora de dentro dele, você não parte jamais.
Um dia, vamos nos encontrar
Pra sentar na calçada como adolescentes,
Falar dos amores e das loucuras da gente
Que de tão grande cresceu.
Trocaremos fórmulas da química que bate
Quando a sintaxe é perfeita análise de duas línguas não semelhantes.
Falar dos nossos homens particulares e suas aventuras errantes,
Rir daquilo que virou passado,
Dos nossos desejos itinerantes,
Compor um blues, cantar um fado.
Enquanto esse dia não chega,
Eu fico com o seu passaporte carimbado
Com visto permanente aqui dentro do meu país
Enquanto esse momento não vem
Eu leio o livro que você me deu de presente.
Amiga sincera que assina
Uma página a mais em minha vida,
Essa autora se chama Christina.
No meu coração,
E nem precisei cruzar a Ipiranga com a avenida São João,
Ela mora na terra da garoa,
E é tão gente boa como
Os milhares seres humanos que povoam o planeta,
Mas é paulista e tem um diferencial, que não é a toa.
E eu, tão amante das palavras que me habitam
Na fragilidade gravitacional dos encontros,
Deixei que primeiro fossem elas,
As mesmas palavras, em forma de frases bem feitas,
Ritmadas narrativas de experiências
Transmudaram o sentido de um leve conhecimento,
E me trouxe você,
Através de um processo banal
Eu era fake
Você era tão real que eu lhe trouxe ao meu mundo,
E agora de dentro dele, você não parte jamais.
Um dia, vamos nos encontrar
Pra sentar na calçada como adolescentes,
Falar dos amores e das loucuras da gente
Que de tão grande cresceu.
Trocaremos fórmulas da química que bate
Quando a sintaxe é perfeita análise de duas línguas não semelhantes.
Falar dos nossos homens particulares e suas aventuras errantes,
Rir daquilo que virou passado,
Dos nossos desejos itinerantes,
Compor um blues, cantar um fado.
Enquanto esse dia não chega,
Eu fico com o seu passaporte carimbado
Com visto permanente aqui dentro do meu país
Enquanto esse momento não vem
Eu leio o livro que você me deu de presente.
Amiga sincera que assina
Uma página a mais em minha vida,
Essa autora se chama Christina.
Elisa Carvalho
PS: Minha amiga acha Hello Kitt muito fofinha, então resolvi homenageá-la com esta ilustração..rs
segunda-feira, agosto 6
Fragmento do poema de Nilo Medeiros Neto
"...te amo, meu homem
meu macho de mil cabeças
vem, me rasga
vem que eu te dou outra vez
o meu brilho de árvore seca
meu gosto de romã triste
minha lágrima engolida em seco
aceita a minha faca nesse coração duro
meu perdão de menina que perdeu o pai
meu lampião quebrado,
amém."
Nilo Medeiros Neto
Este poema me tirou do sério. Passou exatamente na hora que a emoção de alma beijada
pelos versos sábios, deixava sua marca no éter de uma quimera constante.
EC
terça-feira, julho 31
AntiAquece
Amor, ainda dá tempo
vamos driblar essas grandes proporções
que dizem dos aumentos climáticos,
deixa de lado essas pessoas
que se julgam poluentes,
e vamos voltar lá pro comecinho,
onde tudo é puro,
como água batizando a nascente
o ar não é comprometido
os polares ainda são calotas,
vamos sair amor, do concreto desta selva idiota.
Vamos viver na roça!
Jeca é que não és,
maricota é que não sou,
mesmo assim lá, ainda nos cabe
no sertão também se faz o roquenrou.
Vamos fugir das inundações,
da fera terrível da ambição,
construir nossa casinha
plantar milho, feijão
e cozinhar tudo no fogão a lenha.
A rezadeira falou que Deus dá vida longa
pra quem tem simplicidade,
a gente anda de charrete
e dá adeus aos monóxidos que vivem na cidade.
As estrelas não vão nos deixar ter insônia,
ninguém vai desmatar nossa amazônia.
Amor, a gente tem chance
os especialistas não garantem
mas eles erram as previsões,
o tempo de amar é esse
e que se danem os furacões!
Elisa Carvalho
sábado, julho 28
Gotas Claras
Meu signo na astrologia Celta
EL CEDRO (la Confianza) - 09 a 18 fevereiro
De una belleza extraña, sabe adaptarse, gusta del lujo, de buena salud, es una persona para nada tímida, tiende a ver de menos a la demás gente, segura de sí, con determinación, impaciente, le gusta impresionar a los demás, de muchos talentos, industriosa, saludablemente optimista, en espera el único y verdadero amor, *capaz de tomar decisiones rápidamente.(* isso é fueda)
terça-feira, julho 24
Láctea das estrelas
Não vou parar meu mundo
pra tentar saber onde está você agora.
Simultâneos fenômenos
acontecem e desafiam a teoria
desse caos inexplicável
que nos afastou desde a explosão
da primeira estrela.
Vou tocar a vida
e desafiar a eternidade
a roda tá viva
e gira
na força de uma sintonia
que tem a arte a nosso favor
e vai nos unir num segundo de um instante
a ponto de perguntarmos:
Por que não nos conhecemos antes?
Elisa Carvalho
sábado, julho 21
Retinas
Hoje já não sorri como antes. Antes não se saberia se sorriria de menos como hoje.
Não faz auto retrato,
quer de seu mundo o único fato
se esconde pra ser feliz.
Ainda pensa em escapar por um triz.
Tem vida pulsando
depois que os vidros da janela se abrem
tem slogan solar depois da noite fria,
temperada pelas virtuoses.
Hoje já não sonha como antes,
não dorme o mais profundo sono
dos cansados navegantes,
mas ainda se veste de pérola e marfim
ainda exala carmim,
e brinca no céu de coralina.
Seus desejos não cheiram naftalina.
Hoje, já nem tão menina quanto antes
transforma em relíquia o seu segredo,
tem medo consoante que o destino
venha ceifar suas escolhas.
Hoje, já nem tão refeita
quanto antes
quer o flagelo do não ser Eva
expulsa pela fera.
O dente ciso guardado para fada dos sem juízo,
Está mimada,
quer o repouso do outro em teu sentido.
Espera o toque de recolher,
marcas no corpo de se Ter.
Despeço-me.
Elisa Carvalho
De retorno e náufragos.
Pronto!!
O sopro do corpo acorda
e se enche de vida,
enquanto dorme a alma
calada e enfraquecida.
Todo este ritual pagão de virtudes
escapadas do outro eu,
evaporam-se
junto com o aroma das flores
depositadas na lápide da saudade,
(são as sobras de mim)
de uma tristeza que morreu
junto com as lembranças de um sonho
que nunca aconteceu.
Anoitece, e as luzes da cidade
guiam meus passos de neon.
Caminhando se amanhece.
Elisa Carvalho
terça-feira, julho 17
Eu te amo, e agora??
Vamos escrever esta história e esperar que as flores cheguem
Antes, durante e depois.
Eu te amo e nós dois?
Antes, durante e depois.
Eu te amo e nós dois?
Eu te amo e agora?
Sei que a paixão não tem hora e o tesão nunca demora
Pois o imperativo biológico supera as teorias científicas
Das bobagens esquisitas que ficam do lado de fora.
Carrego uma aventura genética, que deixa em dúvida
A ditadura da estética.
A boca quer a língua passeando
Sem saber como, onde e quando.
Eu te amo, com a química imodesta
Dos hormônios em eterna festa, ouvindo música erudita
Este sentimento faz milagres, acredita?
Eu te amo com o desafio dos neurocientistas, sociólogos e historiadores
Que não passam de filósofos amadores, a passar o tempo codificando o DNA
Dos impulsos codificados pela lógica
E ela (a tal da lógica) não tá nem ai,
Nem pra você e nem pra mim em nenhuma época do ano;
Não a encontrei quando descobri que possivelmente te amo.
(A Vênus distraída fugiu de casa, pegou o trem e foi parar no Nepal),
fugindo das academias, dos bíceps largos e bonitinhos infláveis.
Ela, volúpia e mente meditam nas altas colinas
E tocando as estrelas a olho nu, hoje faz amor com seu guru.)
Eu te amo bem no espaço universal em que cabe a minha poesia
Depois de uns goles a mais de água mineral,
Há o que se considerar na sobriedade, somente depois é que sobra a idade
Com altos padrões e teor de maturidade: é linda minha cara metade,
É igual minha alma gêmea. Meu masculino é fêmea.
Eu te amo com a força de quem agüenta as pontas, quando chegarem as contas;
Vestida de sal, despida de fatal, talhada no real e na tolerância dos dias confusos.
Eu te amo com as localizadas gordurinhas em fase de extinção
(elas fazem mal ao meu coração e não ao seu tesão),
com as pálpebras estreitas que não tenho, com corretivo nas olheiras
todas as compensações a que tenho direito mais os nativos truques que tenho na bagagem.
Eu te amo sem silicone no peito, tem coragem?
Eu te amo sem as síndromes explicadas pela medicina, com o desejo pelo desejo de se ficar,
Sem medo da impermanência, apesar de acreditar nos avanços da ciência, para esta possibilidade ser solucionada de uma vez por todas: Abaixo a carência!
Eu te amo com as mãos cheias de esmalte clarinho nas unhas,
Caminhando contigo naquela praia que tem o por-de-sol pintado
No quadro da sala do ginecologista regular.
Com o cheiro do tempero que fiz para agradar, o doce sem açúcar não importa,
Mas é com afeto, o Chico sabe do meu querer predileto.
Eu te amo ressuscitando tudo o que é brega e não sei,
Vendo as rosas vermelhas virarem pétalas na cama, e a sidra na taça de vinho
(de etílicos também nada sei).
Seu corpo dizer que está em chamas, na única vaga do motel
Ouvir a música que não canto e para meu espanto; escutar também que irei ao céu.
Eu te amo e agora?
Fisicamente a matéria se decompõe
Eu não quero dinheiro, eu só quero amar.
Eu te amo sem overdoses de epístolas deslumbradas de um gostar transbordando
(pecar por excesso, mas jamais sufocando).
Amo porque o instinto é animal de estimação,
Válido enquanto durar a canção que está em primeiro lugar das paradas de sucesso,
Enquanto nascem estas palavras filhas de meu cruzamento com a inspiração.
Eu te amo com o processo de alimento, como quem faz o poema nutrição,
Não só para a alma, mas também das pernas.
Eu te amo e agora?
As sentenças são eternas, assim como o diamante, por precioso e cintilante
Eu te amo tanto
Quanto antes.
Elisa Carvalho
terça-feira, julho 10
Livros,webs e alguns esquecimentos
No fim do verão fui parar lá pras bandas do vale do Jequitinhonha na companhia de um amigo poeta, com a finalidade bem remunerada de escrever um roteiro para seu curta e conhecer a cidade onde ele passara a infância. No caminho, suas histórias dos tempos de criança ajudavam a suportar o calor violento dentro do carro.
20 horas depois de partirmos do Rio de Janeiro, chegamos à pequena Araçuaí. Mal nos acomodamos na pequena casa da família e já fui chamada para conhecer a cidade. Minas é Minas, não tem como negar sua pureza hospitaleira. Fui na escola onde ele havia estudado. Sua antiga professora o recebeu com festa. Mostrou a pequena escola e a biblioteca onde ele passava a metade do tempo no período das aulas. Só que ele não ia lá para ler, ele ia para namorar; entregou ela.
Ouvi duras críticas por parte do meu amigo que percebeu que a biblioteca abrigava orgulhosamente dez computadores de última geração e ele temia que os livros fossem esquecidos de vez pelas crianças. A boa senhora começou uma argumentação interminável com ele, aproveitei para me afastar de fininho pois de nada ia adiantar minha participação naquele diálogo idealista, e fui caminhar pelos arredores da escola. Um vento puro de pomar reinava calmamente. Comecei a observar as árvores que ali estavam imponentes e silenciosas fazendo nobre recepção para minha fuga daquela discussão banal que não ia dar em nada. Pensei em voltar lá dentro e encerrar a conversa dizendo a eles que sou a favor sim, da revolução tecnológica. Os livros estão ai mesmo para serem dizimados pelo esquecimento. Qual o problema em estudar pelo computador? Nenhum. Quantas árvores daquelas que vi, foram sacrificadas para virarem folhas de papel sem nenhum resultado? Muitas. Quantos escritores bons estão esquecidos pelas editoras? Vários, mas através da internet pode-se ler muita coisa de qualidade. Já vi salas lotadas de livros didáticos e romances, estragados pelo descaso da rede pública. Quanto sacrifício em vão. Quanta árvore assassinada a toa. E o oxigênio vai se esgotando no planeta.
Quis levantar essa polêmica em defesa ecológica, mas preferi silenciar. Em tempos de aquecimento global, se publicar um livro é atestado de capacidade intelectual e sinônimo de conhecimento e prestígio, prefiro ficar no anonimato virtual e esperar que a inclusão digital faça o resto. Quero mesmo é descansar à sombra de uma árvore e continuar escrevendo para leitores e não para publicar um livro.
Voltei para a biblioteca e eles já estavam em paz tomando cafezinho. O assunto já havia mudado de rumo e caído no esquecimento.
Elisa Carvalho
20 horas depois de partirmos do Rio de Janeiro, chegamos à pequena Araçuaí. Mal nos acomodamos na pequena casa da família e já fui chamada para conhecer a cidade. Minas é Minas, não tem como negar sua pureza hospitaleira. Fui na escola onde ele havia estudado. Sua antiga professora o recebeu com festa. Mostrou a pequena escola e a biblioteca onde ele passava a metade do tempo no período das aulas. Só que ele não ia lá para ler, ele ia para namorar; entregou ela.
Ouvi duras críticas por parte do meu amigo que percebeu que a biblioteca abrigava orgulhosamente dez computadores de última geração e ele temia que os livros fossem esquecidos de vez pelas crianças. A boa senhora começou uma argumentação interminável com ele, aproveitei para me afastar de fininho pois de nada ia adiantar minha participação naquele diálogo idealista, e fui caminhar pelos arredores da escola. Um vento puro de pomar reinava calmamente. Comecei a observar as árvores que ali estavam imponentes e silenciosas fazendo nobre recepção para minha fuga daquela discussão banal que não ia dar em nada. Pensei em voltar lá dentro e encerrar a conversa dizendo a eles que sou a favor sim, da revolução tecnológica. Os livros estão ai mesmo para serem dizimados pelo esquecimento. Qual o problema em estudar pelo computador? Nenhum. Quantas árvores daquelas que vi, foram sacrificadas para virarem folhas de papel sem nenhum resultado? Muitas. Quantos escritores bons estão esquecidos pelas editoras? Vários, mas através da internet pode-se ler muita coisa de qualidade. Já vi salas lotadas de livros didáticos e romances, estragados pelo descaso da rede pública. Quanto sacrifício em vão. Quanta árvore assassinada a toa. E o oxigênio vai se esgotando no planeta.
Quis levantar essa polêmica em defesa ecológica, mas preferi silenciar. Em tempos de aquecimento global, se publicar um livro é atestado de capacidade intelectual e sinônimo de conhecimento e prestígio, prefiro ficar no anonimato virtual e esperar que a inclusão digital faça o resto. Quero mesmo é descansar à sombra de uma árvore e continuar escrevendo para leitores e não para publicar um livro.
Voltei para a biblioteca e eles já estavam em paz tomando cafezinho. O assunto já havia mudado de rumo e caído no esquecimento.
Elisa Carvalho
sábado, junho 30
Mais a tarde
Eu fico inventando mil coisas
pro meu coração bater diferente
Não sei se ando por aqui
Ou se prefiro as lições em tupi-guarani
Ontem a tarde bateu vontade
de pegar a estrada
e te encontrar no meio do caminho
pedindo carona para um lugar
nem tão comum assim
mas que a gente pudesse ficar
soprando as cinzas das horas
que ficamos sem nos falar
esquecer do tempo
que ficamos sem nos ver
e celebrar o encontro
que a vida deu pra gente
nunca mais se esquecer
Elisa
sexta-feira, junho 29
É nóis!!!!!!Êta vida boa demais!!!!
Lobisomen de cor, deusa da coragem
Iansã da loucura manda a tempestade pra beira do mar
Zé Limeira falou pra seguir viagem
Essa vida de artista, essa vida de artista, essa vida
Feiticeira do amor, preta da estalagem
Perguntava pra ver se o saci tem metade das pernas pro ar
Clementina falou que era sacanagem
Essa vida de artista, essa vida de artista, essa vida
OswaldoMontenegro
Salve!
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