quinta-feira, agosto 9

Efêmeros Ícaros


Assino meu primeiro nome.
Ele sorri e agradece.
Infla meus egos, feito balões coloridos em dia de aniversário de criança.
Guardo tudo dentro da página em branco.
Depois acende uma luzinha lá de cima
e eu inauguro outros versos
pra fugir dos miseráveis reversos.
O tempo urge.
Boto pilha na inspiração
dedico minhas fiéis semânticas
ao muso de minhas neuras românticas.
Deixo escapar a linha fina que desafia o ar
e os balões sobem pras alturas
em rotas de semi-adeus.
Meu olhar segue a trajetória ícara.
Depois abaixo a cabeça,
vou pra fila do banco pagar as contas
volto pra casa
e lavo as louças,
limpo os móveis,
vitamina c e cama.
Como qualquer mortal
que sempre sonhou.


Elisa Carvalho



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