quarta-feira, junho 23

No long time...


Era uma tarde bobinha e já com muito azul escurecido.
Mas a gente tava lá. Os violões nas mãos dos meninos e "uomanocrai" sendo tocado
a revelia, o som saia despretensioso porque a letra já estava em nossa cabeça.
Um recanto inocente na serra, e cada um  com a garrafa em uma mão e na outra, a outra mão do colega do lado.
E a gente dançava o ócio ocupado com a já longinqua puberdade, beijar não tinha tantos efeitos colaterais.
Não me lembro de ter preocupação com a neura do vizinho de cachimbo.
Não me recordo de nenhum de nós incomodados com a arrogância do fulano que ali estava.
O egoismo nem era tão assim explicitado.
Hoje vejo estes noviços, com tanta pele lisa e já enrugada pela prepotência e preconceito
parece que o olhar é faca cravada no peito dizendo: não respire antes que eu te congele.
Não sei por onde andam mais os carinhos e os passos largos da amizade.
Só sei que,
sentar numa roda de viola com a versão do gilberto gil,
dá saudade
subir de mochila nas costas
acordar no meio do mato fumando maconha de marombeiro
é lembrança que dói até a eternidade
é cachaça de uma falta
que não passa...
não passárgada..

3 comentários:

Iza Carmo disse...

Nooooosssaaa!!! Que bela tradução do nosso tempo! Nosso passado agora é só um retrato na parede...
Espero que ele esteja sempre ali, para exoncisar a arrogância dos futuros. Bjo.

Iza Carmo disse...

kkk. exorcizar. É a cerveja!

cau disse...

Elisa que saudade de nossa Maromba
Elisa eu te amo em suas palavras
te amo em sua essência
te amo em sua existência
poetisa minha, nunca se cale.

cau