sexta-feira, junho 11

Depois de uma noite iluminada
na companhia do mel de clara,
atravesso a Av. Brasil cheia de acidentes
e percurssos sonolentos.
Acordo no abraço amigo de meu hermano Andreas.
Entre falas, idiomas confundidos e missões apreensivas
caminhamos até o IML.
Fotos, sustos e alívios por não encontrarmos o que a dona hipótese sugeria. Zero pra ela.
As pessoas não deveriam ir a igreja com tanta frequencia pra rezar para seus santos
pensando estar eles com balde e vassoura para lavar suas consciências.

As pessoas deviam ir visitar o Instituto Médico Legal de vez em quando.
Só pra ver seus semelhantes em estado de putrefação,
mortos e ignorados. Sendo prestes a serem enterrados juntos com todo o estilo de vida
que levaram um dia. Só pra sentirem o fim que TODOS nós teremos.
Verem a carne se desmanchar, cheirar mal, o olhar se decompor.
(Já vi seres vivos também em total estado de sentimento terror.)

Se esta visita fosse mensal, só pra ter a certeza de que não vale a pena
ser minúsculo, ser mesquinho e arrogante
aprenderíamos com eles que o inevitável é único.
Não perderíamos tempo com discrepâncias e maldades.
Não nos prenderíamos a sermos causadores de pequenas infelicidades.
Não adianta,
é tudo o mesmo destino do pó.

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