Meu desejo atualmente
tá namorando a mais jovem Metáfora que apareceu nas redondezas.
Tenho medo dele se apaixonar
a pedir em casamento
e depois deixá-la na porta do altar
quando acabar o alumbramento.
EC
domingo, julho 25
Frag-mentais
Mas o beijo
é só a palavra na ponta da língua
encontrando a outra
que a poesia ensina a falar.
é só a palavra na ponta da língua
encontrando a outra
que a poesia ensina a falar.
Frag-mentais.
Meu aquário
e daquele cercado de vidro
que aprisiona peixinhos
que nascem e morrem sem saber
que a água que troco toda semana
é doce.
e daquele cercado de vidro
que aprisiona peixinhos
que nascem e morrem sem saber
que a água que troco toda semana
é doce.
Frag-mentais.
Meu dia é um moço bonito vestido de anjo
que me acorda do sono de manhã cedo
chega sempre junto com o sol
as vezes, mesmo sem o céu azul
ele me mostra as nuvens.
que me acorda do sono de manhã cedo
chega sempre junto com o sol
as vezes, mesmo sem o céu azul
ele me mostra as nuvens.
quinta-feira, julho 22
Só por hoje, amanhã, depois, depois....
- Fiz o que tinha que ser feito. Já sei que a burocracia vai impedir mas vou em frente; QUERO A MEMÓRIA VIVA E AGORA!
Visitei a casa do Sr. José Luiz de Oliveira, ele não estava lá pois já está no céu.
Eu que sempre recebi convites dele para comparecer e nunca ia. Agora foi minha vez de entrar em cena junto com seus livros silenciosos na sua biblioteca vazia, seu livro de correspondências de décadas e décadas de dedicação a literatura, diplomas do reconhecimento que a simplicidade é a mais alta patente da sabedoria; fui bem recebida por sua filha que abriu os braços para minha chegada e meu abraço pediu perdão a ela por tantos anos de ausência. Pedi a eles permissão para lutar por sua valorização. Quero nome de rua, nome de praça, biblioteca, espaço...quero fazer tudo o que pode ser feito para que sua permanência entre nós não tenha sido em vão. Quero lembrança viva e a história contada sempre como lição. Referência de humanidade. Quero ser perdoada por anos de omissão. Quero que o tempo saiba que estou fazendo o que manda meu coração e minha consciência. Vou pedir pra fulano, encaminhar ofícios pra cicrano, telefonar para aquele, assinar solicitações etc...
Mais tarde atendo telefonema, eram as lágrimas de sua outra filha que me agradecia. A emoção sadia é eficaz contra a pieguice, (a razão é que me disse).
- Devolvi celular encontrado. Visitei amigos, cheguei em casa, encontrei silêncio, paz e estas palavras
que estão aqui em cima, me esperando pra conversar e me abençoar.
É noite de lua!
EC
Visitei a casa do Sr. José Luiz de Oliveira, ele não estava lá pois já está no céu.
Eu que sempre recebi convites dele para comparecer e nunca ia. Agora foi minha vez de entrar em cena junto com seus livros silenciosos na sua biblioteca vazia, seu livro de correspondências de décadas e décadas de dedicação a literatura, diplomas do reconhecimento que a simplicidade é a mais alta patente da sabedoria; fui bem recebida por sua filha que abriu os braços para minha chegada e meu abraço pediu perdão a ela por tantos anos de ausência. Pedi a eles permissão para lutar por sua valorização. Quero nome de rua, nome de praça, biblioteca, espaço...quero fazer tudo o que pode ser feito para que sua permanência entre nós não tenha sido em vão. Quero lembrança viva e a história contada sempre como lição. Referência de humanidade. Quero ser perdoada por anos de omissão. Quero que o tempo saiba que estou fazendo o que manda meu coração e minha consciência. Vou pedir pra fulano, encaminhar ofícios pra cicrano, telefonar para aquele, assinar solicitações etc...
Mais tarde atendo telefonema, eram as lágrimas de sua outra filha que me agradecia. A emoção sadia é eficaz contra a pieguice, (a razão é que me disse).
- Devolvi celular encontrado. Visitei amigos, cheguei em casa, encontrei silêncio, paz e estas palavras
que estão aqui em cima, me esperando pra conversar e me abençoar.
É noite de lua!
EC
domingo, julho 18
Reafirmo e dou fé;
Não gosto de gente encarcerada,
atrás das grades do egoísmo e superior conduta,
com o carisma blindado e amor inventado;
para mim (e tantos outros)
são como provocantes náuseas
passeando na avenida da minha memória
e como possuo um parafuso a menos na cabeça
fica mais fácil dar um F5
para que meu romantismo
logo, logo de gente assim
se esqueça!
Oremos!
FikDik!
atrás das grades do egoísmo e superior conduta,
com o carisma blindado e amor inventado;
para mim (e tantos outros)
são como provocantes náuseas
passeando na avenida da minha memória
e como possuo um parafuso a menos na cabeça
fica mais fácil dar um F5
para que meu romantismo
logo, logo de gente assim
se esqueça!
Oremos!
FikDik!
Carpir e já!
Não é por nada não
mas é por toda cumplicidade
que o verbo falante
veio hoje de manhã e fez questão de me beijar
era minha prosa ansiosa
pelo verso Carpinejar.
mas é por toda cumplicidade
que o verbo falante
veio hoje de manhã e fez questão de me beijar
era minha prosa ansiosa
pelo verso Carpinejar.
Anjo enquanto Angela
Ontem mais uma vez
deixei-me levar pela liberdade Ângela
pelo seu sorriso que pousa em todos os territórios
sem preconceitos,
fronteiras, distinção de raça
fronteiras, distinção de raça
ou de cor que esteja impressa na alma
no momento em que ela traduz a sensação de
no momento em que ela traduz a sensação de
constante amanhecimento quando canta
e todos os males espanta.
e todos os males espanta.
Angela não está encouraçada em minúsculas atitudes
poderei sempre localiza-la no mapa
iluminando os meridianos,
pontos cardeais e latitudes
mandando a minha tristeza entrar pelo cano.
Soberana e abrangente,
ela faz som e fúria com o espaço do acaso,
Angela enquanto anjo
tratou lá em cima de chegar aqui sem placa de avisos e restrições,
sem reservas porque o semelhante necessita é de explosões,
erupções
movimentos tons de euforia não artificial
(é meu irmão
a mesquinhez com ela se dá mal)
movimentos tons de euforia não artificial
(é meu irmão
a mesquinhez com ela se dá mal)
Anjo enquanto Angela
é lição que não se desaprende,
é criação que não ofende,
é dia nítido dizendo
que ela não cabe só aqui dentro deste poema
ela é CENA e TEMA!
(Para Ângela)
terça-feira, julho 6
Maratonas - Parte 1
Tô correndo daquele pseudointelectual chato que ostenta pedigree diplomado,
e faz questão de citar Darwim,Nietzsche e toda aquela turma de estrangeiros bacanas que ajudaram o
semelhante a enriquecer seu tempo com a leitura, tô passando batido do cara que não acredita em Deus e
se veste de inquisidor para atochar na cabeça dos neófitos que a origem de tudo se compra com metal.
e faz questão de citar Darwim,Nietzsche e toda aquela turma de estrangeiros bacanas que ajudaram o
semelhante a enriquecer seu tempo com a leitura, tô passando batido do cara que não acredita em Deus e
se veste de inquisidor para atochar na cabeça dos neófitos que a origem de tudo se compra com metal.
Liçoes precoces de anatomia
O primeiro curso basiquinho técnico profissionalizante que fiz foi um de enfermagem. Tava lá nas opções. Gostei.
Daí para o primeiro circulo de amizades foi fácil. As conversas de corredor, os novos colegas de turma,
os professores sádicos e loucos. Mas só uma coisa nos calava: as aulas de anatomia. Pedaços de pernas, braços, corpos dissecados e nosso silêncio ao redor. Eu não conseguia identificar artérias, veias, músculos, nada daquilo que cinzamente exalava o cheiro forte de substâncias químicas que insistiam em atrasar a volta ao pó, me fascinava. Nada daquilo me atiçava maior curiosidade do que a de saber quem viveu naquele pedaço de perna que estava ali na minha frente. Que resto de corpo se encaixou ali um dia. Por onde esta perna andou, que caminho seguiu até encontrar-se com o destino de ser um quebra cabeça para um olho arregalado como o meu? Que alma habitou ali? A sala era enorme, e várias mesas tinham "objetos" a serem estudados. Eu percebi a finitude na minha cara desde cedo.
Numa aula de segunda pós domingo entediante, chegou estalando de novo o cadáver de um homem de trinta anos. Inteiro. Encontrado sem saber onde e daquele jeito sem saber porque. A vida interrompida pra gente analisar.
- Não sei o que coube ali, dentro daquele coração visível a olho nu. Não sei se o que fez enquanto respirava. Só sei que as aulas acabaram, o curso concluído e eu nunca mais usei o diploma. Já tive chance prematura o suficiente pra saber o que fazer enquanto utilizar as maravilhas do oxigênio.
Hoje nenhum sentimento negativo me atormenta, dou risada de todo gesto vil e abjeto.
Nenhum semelhante que use a ruindade me assombra.
Agora, se vai servir pra estudo, isso aí a vida que vai dizer.
EC
Daí para o primeiro circulo de amizades foi fácil. As conversas de corredor, os novos colegas de turma,
os professores sádicos e loucos. Mas só uma coisa nos calava: as aulas de anatomia. Pedaços de pernas, braços, corpos dissecados e nosso silêncio ao redor. Eu não conseguia identificar artérias, veias, músculos, nada daquilo que cinzamente exalava o cheiro forte de substâncias químicas que insistiam em atrasar a volta ao pó, me fascinava. Nada daquilo me atiçava maior curiosidade do que a de saber quem viveu naquele pedaço de perna que estava ali na minha frente. Que resto de corpo se encaixou ali um dia. Por onde esta perna andou, que caminho seguiu até encontrar-se com o destino de ser um quebra cabeça para um olho arregalado como o meu? Que alma habitou ali? A sala era enorme, e várias mesas tinham "objetos" a serem estudados. Eu percebi a finitude na minha cara desde cedo.
Numa aula de segunda pós domingo entediante, chegou estalando de novo o cadáver de um homem de trinta anos. Inteiro. Encontrado sem saber onde e daquele jeito sem saber porque. A vida interrompida pra gente analisar.
- Não sei o que coube ali, dentro daquele coração visível a olho nu. Não sei se o que fez enquanto respirava. Só sei que as aulas acabaram, o curso concluído e eu nunca mais usei o diploma. Já tive chance prematura o suficiente pra saber o que fazer enquanto utilizar as maravilhas do oxigênio.
Hoje nenhum sentimento negativo me atormenta, dou risada de todo gesto vil e abjeto.
Nenhum semelhante que use a ruindade me assombra.
Agora, se vai servir pra estudo, isso aí a vida que vai dizer.
EC
segunda-feira, julho 5
domingo, julho 4
Não Dominicaos
Este céu azul parece tanta anunciação,
a falta de umidade não me impediu de fazer música;
o dia comportou-se direitinho
feito menino educado para servir as boas maneiras aos passantes,
alva luz entrou pela cortina aberta,
botou beija flor no quarto
veio sensação de conforto e plenitude,
uma satisfação chegou junto com o frescor do vento
lembrei de Deus naquele momento
que deixou que hoje eu visse
a janela que aberta estava
era sinal para que eu esquecesse
daquela porta ontem fechada.
EC
a falta de umidade não me impediu de fazer música;
o dia comportou-se direitinho
feito menino educado para servir as boas maneiras aos passantes,
alva luz entrou pela cortina aberta,
botou beija flor no quarto
veio sensação de conforto e plenitude,
uma satisfação chegou junto com o frescor do vento
lembrei de Deus naquele momento
que deixou que hoje eu visse
a janela que aberta estava
era sinal para que eu esquecesse
daquela porta ontem fechada.
EC
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