sábado, janeiro 29

Troca de divã, olha só!

Desde que troquei a conta do divã do psicanalista
pela maca confortável da minha querida Marilene, a esteticista que é mais do que esta profissão,
é uma contadora de histórias que até os meus poros mais profundos e secretos ela sabe cativar, agora confio na certeza que tenho de saber olhar a vida de cara limpa.
Há muito tempo deixei a arrogância da juventude e a lira dos vinte anos guardadas no bau das esquisitices cometidas por quem achava que podia o que queria.
Hoje, a serenidade me deixa mais a vontade para apreciar os estragos feitos por esta geração que danifica as estradas, que abrimos sem vergonha nenhuma, para que ela pudesse passar de uma forma menos caótica.
Todo este feito foi conquistado a base de muita leitura, observação, ocasionais divãs e terapias de botequins.
Daquela galera de ontem, hoje cada um foi pro seu lado. Nos reencontramos na lira da sobrevivência, cada um com suas rugas e bagagem.
Alguns ainda discutem Napoleão.
Por mera questão de recolhimento saudável, esqueço da vida que tanto aprendeu a me cobrar desde cedo, quando me entrego aos cremes, massagens, laserterapia e outras parafernálias que a ciência inventa para amortecer o avanço do tempo que unifica sem dó, o corpo e a mente, porque mesmo sendo perecíveis, são lindos empréstimos para sã utilização.
Então, é de rosto lavado que sento no sofá de mim mesmo e assisto aos espetáculos gratuítos da desinformação e algumas surpresas me demovem da idéia de que nem tudo está perdido. Ainda me reconheço em algumas novas faces e sorrisos.
Enquanto isso, meu alívio é saber que a eternidade abraça o artista quando ele deixa sua obra pelo caminho aberto lá atrás; isto é que me faz repousar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilamente enquanto o peeling natural se renova e os ácidos fazem efeitos.

Há braços!

Um comentário:

Iza Carmo disse...

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