Descobri Orides Fontela*
morta
na voz de outra poeta Angela Melin, que respira
que com ela vive
e a ressucita
nas margens do esquecimento poético
que me atravessa o peito
e corta
e fere
e sangra
A visita da velha senhora
que conheci calada
no silêncio que jaz o passado
em cenas de um documentário póstumo
preto no branco no preto
ilustrou-me o reflexo da solidão
desafiou as vertigens do mundo cão
esfriou a língua
mordeu a postura
entrega à realidade
sem frescura ou maldade
por si e só,
sem a cumplicidade da vaidade banal
Orides ancorou-se na poesia
convidou ela mesma
a ser imortal.
Conseguiu.
EC
*Orides Fontela
1940-1998
2 comentários:
MARAVILHOSA a descoberta e descrição de Orides Fontela
Muito bom Elisa
Arlene Vidal
Orides Fontela é uma dama da filosofia simples em seus poemas
voce conseguiu captar muito bem isso Elisa
Parabens
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