Desde que troquei a conta do divã do psicanalista
pela maca confortável da minha querida Marilene, a esteticista que é mais do que esta profissão,
é uma contadora de histórias que até os meus poros mais profundos e secretos ela sabe cativar, agora confio na certeza que tenho de saber olhar a vida de cara limpa.
Há muito tempo deixei a arrogância da juventude e a lira dos vinte anos guardadas no bau das esquisitices cometidas por quem achava que podia o que queria.
Hoje, a serenidade me deixa mais a vontade para apreciar os estragos feitos por esta geração que danifica as estradas, que abrimos sem vergonha nenhuma, para que ela pudesse passar de uma forma menos caótica.
Todo este feito foi conquistado a base de muita leitura, observação, ocasionais divãs e terapias de botequins.
Daquela galera de ontem, hoje cada um foi pro seu lado. Nos reencontramos na lira da sobrevivência, cada um com suas rugas e bagagem.
Alguns ainda discutem Napoleão.
Por mera questão de recolhimento saudável, esqueço da vida que tanto aprendeu a me cobrar desde cedo, quando me entrego aos cremes, massagens, laserterapia e outras parafernálias que a ciência inventa para amortecer o avanço do tempo que unifica sem dó, o corpo e a mente, porque mesmo sendo perecíveis, são lindos empréstimos para sã utilização.
Então, é de rosto lavado que sento no sofá de mim mesmo e assisto aos espetáculos gratuítos da desinformação e algumas surpresas me demovem da idéia de que nem tudo está perdido. Ainda me reconheço em algumas novas faces e sorrisos.
Enquanto isso, meu alívio é saber que a eternidade abraça o artista quando ele deixa sua obra pelo caminho aberto lá atrás; isto é que me faz repousar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilamente enquanto o peeling natural se renova e os ácidos fazem efeitos.
Há braços!
sábado, janeiro 29
segunda-feira, janeiro 17
Carta para minha mãe
Mãezinha querida,
É de manhã, estou escutando a frase daquela música "Há tempos" e escrevendo na minha humilde insignificância diante de ti, quando o assunto se volta para suas decisões pensadas e sábias aos olhos de quem quer enxergar um nova realidade a cada resposta que você dá aos seus filhos que ignoram sua matriz.
Mãe, sei que seu curso é vital para nossa evolução no cosmos, sei o quanto você nos ensina, mesmo quando a combinação de água e terra seja uma tragédia e que muitos de meus irmãos já se foram para sempre, não como vitimas de sua fúria, pois conheço seu temperamento; mas por conhecer a sobrevivência em forma de desaviso.
Há dias meu coração também está inundado de tristeza, mas esta catástrofe não soterrou minha sensibilidade e minha dor não está desaparecida debaixo dos escombros. Ninguém melhor do que você sabe mensurar o meu amor pelo semelhante e sei que por ele não faço nem a metade o que poderia ser feito, mas ainda assim aprendo todos os dias e sem cerimônias a melhor maneira de aprimorar este sentimento que só machuca quando é arquivado na gaveta da indiferença.
Depois da tempestade, vem o silêncio da perda. Mas o barulho que faz o verbo recomeçar emite um som que vibra e alcança os corações em qualquer parte deste mundo de meu Deus.
Eu sei mãe, que a lei é cumprida quando você acha que é necessário adormecer uns para acordar outros, o despertador da compaixão toca quando ainda estamos num coma profundo de insensatez.
Esta carta é um desabafo pessoal de quem também se movimenta e promove mudanças internas, quando o pensamento estaciona na vaga da egolatria.
Prometo te escrever depois, contando como estamos reagindo diante deste modificado cenário que é amenizado quando a árvore da solidariedade floresce e tenta sanar com seus frutos a ferida aberta dentro das indagações presentes nas identidades tocadas pelo destino.
Ah! mãe, a frase da música que falei acima, é aquela: "Compaixão é fortaleza, ter bondade é ter coragem..." São palavras musicadas em verso do Renato Russo, amado poeta melódico do meu tempo e tão inquieto como eu sou agora, e como antes não era.
Fique com meu beijo e meu respeito por suas decisões.
Lhe peço a benção, minha amada mãe Natureza.
Elisângela, ou Elisa como você se acostumou a me chamar.
É de manhã, estou escutando a frase daquela música "Há tempos" e escrevendo na minha humilde insignificância diante de ti, quando o assunto se volta para suas decisões pensadas e sábias aos olhos de quem quer enxergar um nova realidade a cada resposta que você dá aos seus filhos que ignoram sua matriz.
Mãe, sei que seu curso é vital para nossa evolução no cosmos, sei o quanto você nos ensina, mesmo quando a combinação de água e terra seja uma tragédia e que muitos de meus irmãos já se foram para sempre, não como vitimas de sua fúria, pois conheço seu temperamento; mas por conhecer a sobrevivência em forma de desaviso.
Há dias meu coração também está inundado de tristeza, mas esta catástrofe não soterrou minha sensibilidade e minha dor não está desaparecida debaixo dos escombros. Ninguém melhor do que você sabe mensurar o meu amor pelo semelhante e sei que por ele não faço nem a metade o que poderia ser feito, mas ainda assim aprendo todos os dias e sem cerimônias a melhor maneira de aprimorar este sentimento que só machuca quando é arquivado na gaveta da indiferença.
Depois da tempestade, vem o silêncio da perda. Mas o barulho que faz o verbo recomeçar emite um som que vibra e alcança os corações em qualquer parte deste mundo de meu Deus.
Eu sei mãe, que a lei é cumprida quando você acha que é necessário adormecer uns para acordar outros, o despertador da compaixão toca quando ainda estamos num coma profundo de insensatez.
Esta carta é um desabafo pessoal de quem também se movimenta e promove mudanças internas, quando o pensamento estaciona na vaga da egolatria.
Prometo te escrever depois, contando como estamos reagindo diante deste modificado cenário que é amenizado quando a árvore da solidariedade floresce e tenta sanar com seus frutos a ferida aberta dentro das indagações presentes nas identidades tocadas pelo destino.
Ah! mãe, a frase da música que falei acima, é aquela: "Compaixão é fortaleza, ter bondade é ter coragem..." São palavras musicadas em verso do Renato Russo, amado poeta melódico do meu tempo e tão inquieto como eu sou agora, e como antes não era.
Fique com meu beijo e meu respeito por suas decisões.
Lhe peço a benção, minha amada mãe Natureza.
Elisângela, ou Elisa como você se acostumou a me chamar.
segunda-feira, janeiro 10
Frag-Mentais da libertação - II
No começo
pode parecer dolorido
deixar a carne livre daquele cárcere
de ferro sentimento corroído.
Libertar-se dói,
ser livre é que não.
ec
Frag-Mentais da libertação
Deixei só uma lágrima falar por mim hoje,
é que meus olhos estão calados
por não saberem rimar silêncio
com espera...
ec
domingo, janeiro 9
Miss you
As vezes a vontade de acertar
não sai dos planos irrealizados
Enquanto isso te desenho
e a reconheço
entre os símbolos,
vertigens
de um desengano sentido
sexto...
(ec)
sexta-feira, janeiro 7
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